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Capítulo II – Conhecer a criança: o desenvolvimento das crianças de dois a seis anos

A regulação das emoções. Entre os dois e seis anos algumas partes do cérebro denominadas
de “sistema límbico” também se desenvolvem, permitindo à criança um maior controle sobre
suas emoções:

● Quando sentimos medo, um órgão do sistema límbico chamado amígdala se torna muito
ativo, gerando ansiedade e reduzindo a capacidade de raciocinar. Grande parte dos medos
são reforçados pelos comportamentos dos adultos e, assim, a criança aprende os medos
mais pela observação da reação dos adultos do que pelo que eles dizem. Se o adulto sente
e expressa medo, suas palavras tranquilizadoras não enganam a criança.

● Uma outra parte do cérebro denominada hipocampo é ativada pela amígdala e é
responsável pela associação entre emoções e memória. Isso vale para associar eventos a
emoções positivas e negativas. A criança se lembra de uma situação em que sentiu medo
ou viu adultos expressando medo, e associa o medo com a situação. Isso também vale
para sensações agradáveis, como o cheirinho da casa da vovó.

● O hipotálamo é responsável pela produção de cortisol, o hormônio do estresse. Ele é
ativado pelo hipocampo e pela amígdala. Em excesso, o cortisol pode destruir partes do
cérebro e afetar a memória e a capacidade de aprendizagem. Em doses moderadas o
estresse estimula o organismo a aprender, reagir e adaptar-se a novas situações; entretanto,
crianças submetidas a estresse prolongado podem desenvolver sérias deficiências
emocionais e cognitivas.

Psicomotricidade: movimentos grossos e finos

O Quadro 1 apresenta uma síntese das habilidades motoras características das crianças
de dois a seis anos de idade. As idades são aproximadas e o domínio dessas habilidades
depende muito do ambiente em que as crianças vivem. Ao longo dos anos, a criança passa dos
movimentos motores mais grosseiros ao domínio progressivo de habilidades que requerem um
controle mais fino e sutil de órgãos e músculos. O cérebro e o desenvolvimento do corpo caloso

desempenham um papel fundamental nesse processo. O desenvolvimento e a aquisição de
destrezas, especialmente as habilidades motoras mais finas, requer maturação. Os movimentos
motores finos, assim como outras características biológicas como cérebros, ossos e dentes,
amadurecem cerca de seis meses mais cedo no caso das meninas, e ambos são afetados pelas
experiências e objetos que encontram em seu ambiente.

As mudanças nos hábitos de vida – especialmente nas grandes cidades – podem limitar
as oportunidades para o desenvolvimento das capacidades motoras das crianças. Da mesma
forma, a poluição do ar, da água e os tóxicos encontrados nos alimentos podem afetar o cérebro
e o desenvolvimento do equilíbrio, destreza, motivação ou mesmo na inteligência, como no caso
do chumbo.

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