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dos outros, de fazer ciência escapa totalmente a tais preferências. Mas o que é indispensável é que cada um
de nós, da comunidade científica ou de modo mais geral da comunidade académica, professoral, enquanto
cientista e enquanto professor, procure avaliar e “construir” evidências científicas, e procure transmiti-las,
atento a não se deixar influenciar pelas suas posições políticas ou ideológicas. e que cada um dos responsá-
veis pela definição ou pela aplicação de uma política pedagógica saiba discernir entre o que resulta de uma
fundamentação científica ou de uma escolha política e ideológica.
Depois desse passeio pelos campos da ciência cognitiva, do construtivismo e dos cuidados que
nos devem inspirar as motivações extracientíficas no exame das teorias e dos factos científicos, concluo
recomendando este livro de João Batista Araujo e oliveira a todos aqueles que lutam pela alfabetização.
Recomendo-o sobretudo a duas categorias de pessoas, cuja actividade me parece ser hoje determinante do
desfecho desta luta. sabemos (isso não é exclusivo do Brasil mas concerne ao mundo inteiro) que muitos
alfabetizadores têm uma formação demasiado fraca para levarem a cabo com êxito a sua missão. Assim, é
indispensável que haja iniciativas para que todas as pessoas encarregadas da formação dos alfabetizadores
sejam informadas amplamente das descobertas da Cência Cognitiva da leitura e tenham ocasião de reflectir
sobre elas com uma atitude mental ao mesmo tempo aberta e crítica. e como esta formação de formadores
dificilmente terá lugar sem iniciativas globais ao mais alto nível do estado, apelo aos responsáveis nacionais
pela educação e pela alfabetização a que dediquem algumas horas da sua vida à leitura deste livro.

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