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Competências da Alfabetização
ABC O que significa alfabetizar
Competências do Alfabetizador
Introdução
Capítulo 1
• um pro gra ma de al fa be ti za ção pre ci sa con tem plar o en si no e a apren di za
gem de to das es sas com pe tên cias, de for ma a as se gu rar aos alu nos:
. a ca pa ci da de de ler com uma fluên cia mí ni ma de 60 pa la vras por mi nu to;
. a ca pa ci da de de es cre ver or to gra fi ca men te pa la vras sim ples que apren-
deu du ran te o pri mei ro ano de al fa be ti za ção;
. um vo ca bu lá rio bá si co de pe lo me nos 2.000 pa la vras que lhe per mi ta
a
com preen der os li vros da 2 sé rie do En si no Fun da men tal;
. ha bi li da des e es tra té gias pa ra com preen der di fe ren tes ti pos de tex to;
. o do mí nio de es tra té gias de apren di za gem, cha ma das de me ta cog ni ção,
que lhe per mi tam con ti nuar apren den do;
. o há bi to e o gos to pe la lei tu ra.
Por sua vez, ca da um desses itens re quer um de ta lha do pro gra ma de en si no que
as se gu re o de sen vol vi men to das com pe tên cias e ha bi li da des ne ces sá rias e su fi cien-
tes pa ra o alu no tor nar-se um lei tor au tô no mo.
Estrutura e se qüên cia de um cur rí cu lo de al fa be ti za ção
O Qua dro 2 apre sen ta uma vi são mais de ta lha da das com pe tên cias, po den do ser
vis to co mo a ba se pa ra um cur rí cu lo de al fa be ti za ção. A re la ção en tre as com pe tên cias
da al fa be ti za ção é com ple xa. Os termos fundamentos, pré-requisitos, requisitos e
desenvolvimento não implicam uma hierarquia rígida, mas sugerem uma interde-
pendência. Mais que isso, implicam que cada uma delas precisa ser ensinada e desen-
volvida de forma intencional, com foco instrucional específico, e não de forma inci-
dental.
Por exemplo: podemos compreender sem ler. Desde cedo as crianças compreen-
dem histórias que os pais lhes contam. Adultos analfabetos também compreendem
muita coisa. Mas também precisamos compreender aquilo que lemos, e para isso
precisamos, primeiro, de ler. Ou seja: podemos compreender sem ler. Mas para com-
preender o que lemos, precisamos saber ler. Cada coisa deve ser ensinada a seu tempo
– trata-se de competências relacionadas, mas, no momento da aprendizagem, devem
ser abordadas uma de cada vez.
Considere o seguinte exemplo: é fundamental desenvolver a consciência fonêmica,
e isso requer textos e atividades apropriadas. Por outro lado, sabemos que ler também
ajuda a desenvolver consciência fonêmica. No entanto, isso só ocorre quando a cri-
ança já possui competências de tornar conscientes os fonemas. Ou seja, o fato de que
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