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Capítulo I – A função da Pré-Escola


               de século XX a partir de Pestalozzi, que enfatizou a necessidade de individualizar o ensino;
               Froebel, que fundou e  batizou o  primeiro Jardim de  Infância e  enfatizou a  brincadeira  como
               instrumento básico para o desenvolvimento; e sua seguidora mais famosa, Maria Montessori,
               que enfatizou  o papel da estimulação sensorial adequada como instrumento chave para o
               desenvolvimento  das crianças. Além disso, Piaget e, notadamente, Kohlberg influenciaram  o
               desenvolvimento da educação Pré-Escolar sugerindo a existência de estágios ou fases, bem
               como de atividades que seriam “apropriadas à idade”.

                  Essas concepções ainda são subjacentes a muitas, talvez à maioria, das filosofias e propostas
               para a educação infantil e, naturalmente, foram incorporando outras filosofias e conceitos, dos
               quais destaca-se as influências de Vigotski a respeito da importância da linguagem e do papel do
               adulto no seu desenvolvimento e de Dewey, a respeito da importância das atividades em grupo
               como instrumento de formação de hábitos de partilha.


                  Os professores e formuladores de políticas de educação  infantil devem compreender  as
               implicações filosóficas dessa ideias, e os conteúdos e práticas que elas orientam, mas esses
               temas devem ser parte integrante da formação dos  professores e vão além dos objetivos e
               limites do presente Manual.

                  Nas últimas décadas, a educação infantil vem assumindo um outro papel, e o nome Pré-
               Escola bem o reflete: a educação infantil não apenas deve ocupar-se de promover os estímulos
               para o desenvolvimento, mas deve assegurar que a criança saia da Pré-Escola com o domínio
               dos conhecimentos, habilidades e competências necessários para o sucesso em sua trajetória
               escolar futura.


                  Em muitos países, a Pré-Escola  tem conseguido  atingir  esses objetivos  mantendo  suas
               características de jardim de infância.  As crianças vivem em ambientes não-seriados,  mais
               próximos ao ambiente de uma família, os educadores não são chamados nem se consideram
               professores, pois veem sua missão como muito mais ampla. Em outros países – e notadamente
               no Brasil – a Pré-Escola tem assumido as feições de uma escola que vem antes de outra, com
               todas as suas peculiaridades: professor, uma certa rigidez, excessivo número de crianças por
               adulto e uma ênfase relativamente reduzida aos aspectos afetivos e aos cuidados que a criança
               nessa faixa etária requer.


               Duas concepções correntes sobre a função da Pré-Escola


                  Estudos recentes a respeito da educação  infantil em diversos países, notadamente  nos
               países desenvolvidos, revelam a existência de duas concepções bastante diferentes a respeito
               da função da Pré-Escola. Em alguns países, a Pré-Escola vem assumindo, cada vez mais, um
               papel preparatório para a escola; a ênfase consiste em preparar a criança para a escola que
               vem depois. Com  diferentes  nuanças  e graus  de direcionamento,  a dimensão  “educacional”
               no sentido mais estrito é mais forte do que a dimensão  “educativa” no sentido mais estrito.


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