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reflete o entendimento da pontuação e da sintaxe e, consequentemente,
permite a compreensão do texto.
A velocidade de leitura é essencial tanto por razões teóricas quanto práticas. As
razões práticas são as exigências da vida e da escola – que frequentemente exigem
leituras em tempos muito rápidos – às vezes em segundos. A razão teórica deriva das
exigências de compreensão: para compreender o que lê, o aluno precisa “alimentar”
o cérebro com informações que serão relacionadas. Para entender um texto de 10
linhas, por exemplo, é preciso que a leitura seja feita com uma velocidade tal que
seja possível armazenar as informações na memória de trabalho – de forma a poder
relacionar as idéias. Para que possam progredir com sucesso, os alunos ao final
da 5ª Série do Ensino Fundamental devem ler com uma fluência de pelo menos 130
palavras por minuto, com menos de 5% de erro e com prosódia adequada.
A precisão refere-se à capacidade de ler sem erros. Erro é ler decodificando,
silabando, hesitando, gaguejando, lendo sem emendar palavras, lendo a palavra
de forma errada ou lendo uma palavra em lugar da outra. O erro atrapalha a
leitura, pois faz o leitor parar, voltar atrás, etc. – e isso retarda a velocidade, e,
consequentemente, dificulta a compreensão. Uma vez que o aluno foi alfabetizado,
o máximo de erros aceitável para um leitor fluente é de 5%, ou seja, 5 palavras em
cada 100 palavras lidas. O aluno que erra mais do que isso possivelmente ainda não
aprendeu a ler, e precisa ser corretamente alfabetizado.
A prosódia refere-se à capacidade de ler com ritmo e entonação adequados, de
forma que o leitor demonstre o entendimento da estrutura sintática da frase: as
vírgulas, pontuação, modulação para interrogação, etc. A prosódia também inclui o
ritmo da leitura, que deve ser fluido, sem arrancos. Enfim, trata-se de uma apreciação
da qualidade da leitura. O critério mais importante é se o ouvinte é capaz de com-
preender aquilo que está sendo lido sem fazer esforço para superar as deficiências
do leitor.
Um leitor inexperiente, sem fluência, é aquele que:
• lê pouco;
• lê aos arrancos;
• identifica palavras mas não as emenda bem na leitura da frase;
• não demonstra, pela entonação, que está compreendendo bem o texto;
• não adquiriu um ritmo fluido de leitura;
• lê com esforço, concentrando sua atenção na decifração da leitura, e não na
compreensão do texto.