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INTRODUÇÃO
O foco está relacionado à concentração em temas específicos em
momentos específicos. Em vez de um currículo do tipo “muita
extensão, pouca profundidade”, os alunos devem possuir um
embasamento sólido em um tópico antes de passar para outro. O
rigor envolve a questão da série na qual se espera que os alunos
aprendam um determinado tópico: o que é um assunto apropriado
para um aluno de quarta série comprometeria o aprendizado
de matemática se o tópico fosse adiado até a oitava série. E,
finalmente, há a questão da coerência curricular. Definimos
coerência da seguinte forma:
(...) normas de conteúdo curricular, em geral, [são] coerentes se
articuladas no tempo como uma sequência de tópicos e habilidades
consistentes com a natureza lógica e, se apropriado, hierárquica do
conteúdo disciplinar do qual o tema em questão deriva. Isto não
sugere a existência de uma única sequência coerente, mas apenas que
tal sequência deve refletir a estrutura inerente à disciplina. Isto implica
que, para que um conjunto de normas de conteúdo “seja coerente”, elas
devem evoluir de elementos pontuais (e.g., fatos matemáticos simples
e procedimentos computacionais de rotina associados a números
inteiros e frações) para estruturas mais complexas. São estas estruturas
mais complexas que conectam os elementos pontuais (assim como uma
compreensão do sistema de números racionais e suas propriedades).
Esta evolução deve ocorrer tanto ao longo do tempo dentro de uma
série particular quanto ao longo do avanço sucessivo do aluno entre
séries. (Schmidt et al, 2005).
Como ensinar matemática? Sob o provocativo título de “É
verdade que algumas pessoas simplesmente não conseguem aprender
matemática”, Dan Willingham procede de maneira didática para
apresentar os resultados das pesquisas da Psicologia Cognitva sobre
a aprendizagem e o ensino da matemática. Mas primeiro ele nos
faz um alerta: o cérebro possui algumas capacidades naturais para
aprender matemática. Como outros animais, o ser humano possui
um senso numérico que lhe permite manipular quantidades muito
pequenas com precisão e manipular quantidades bem mais altas de
forma aproximada. Mas isso é apenas o começo, a base sobre a qual
pode se assentar uma boa aprendizagem da matemática, especialmente
A revolução no ensino da matemática 9