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INTRODUÇÃO
O raciocínio é o seu sistema circulatório, o motor que engendra
a solução de problemas. A ausência de raciocínio é a raiz da decoreba.
A matemática é coerente, é como um tapete em que todos os conceitos
e habilidades são inteligados. Matemática, enfim, tem uma finalidade,
todo conceito ou habilidade relacionado a ela tem um propósito.
Seu ensino nas séries iniciais tem por objetivo não apenas ensinar
operações básicas, mas preparar futuros técnicos, engenheiros e
matemáticos. Para cumprir sua função, o professor deve estar focado
no desenvolvimento de mentes precisas e disciplinadas. Isso requer
fazer com que o aluno perceba a estrutura, a relação entre as partes e
a tessitura do conhecimento matemático – e não se limite a decorar
fórmulas ou aprender conteúdos isolados.
Mas para formar mentes disciplinadas, o professor precisa ter sua
mente desciplinada, entender a relação entre as partes para explicar, por
exemplo, porque um quadrado é um tipo de retângulo, ou para evitar
dizer que frações são um tipo diferente de número. Desafio não trivial,
porém memos complicado do que parece.
Um dos equívocos na formação dos professores de matemática
das séries iniciais é supor que eles precisam saber muita matemática.
No Brasil, muitos querem que tenham pós-graduação. Entre os
norteamericanos é uma glória ter concluído um curso avançado de
álgebra. Nada disso ajuda a ensinar bem. A análise de Wu e as evidências
empíricas sugerem algo mais simples: para ser um bom professor nas
séries iniciais, o importante é saber bem a aritmética e um pouquinho
além, para entender sua relação com os tópicos que a criança aprenderá
nas séries posteriores.
Além disso, o professor precisa adquirir outras habilidades, como
inventar e contar histórias (os problemas), dar exemplos, elaborar testes,
saber dosar os conteúdos e conseguir relacioná-los com seus futuros
usos (para que serve isso, professor?).
A didática da matemática, no entanto, é menos pedagogia
(aprendizagem de técnicas desencarnadas) do que engenharia, ou seja,
um conjunto de orientações que ajudam o aluno a aprender e usar os
conteúdos de forma eficiente e a consertar falhas de aprendizagem que
eventualmenre venham a ocorrer.
A revolução no ensino da matemática 11