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•  Nesta mesma época foram aprovados os PCNs sobre alfabetização no Brasil,
                             que não apenas ignoram toda a literatura internacional, mas advoga, como
                             atua lizados, conhecimentos e práticas científicas que já haviam sido abando-
                             na das no resto do mundo;

                           •  No ano de 2000 os professores Alessandra e Fernando Capovilla lançaram o
                             livro Alfabetização: Método Fônico, coroando uma longa carreira de estudos
                             científicos e apresentando conceitos e práticas atualizadas de alfabetização;

                           •  Em 2001 o autor deste livro publicou o artigo "Construtivismo e Alfa beti­
                             za ção  –  um  casamento  que  não  deu  certo"  na  Revista  Ensaio,  da
                             Fundação        CESGRANRIO;

                           •  No ano de 2003 foi publicada a primeira versão do ABC do Alfabetizador e
                             im  plementado o Programa Alfa e Beto de Alfabetização, cujos resultados fo-
                             ram avaliados nesse mesmo ano pela Fundação Cesgranrio;

                           •  Em 15 de setembro de 2003 o Presidente da Comissão de Educação da Câ­
                             mara dos Deputados apresentou ao pai o relatório Alfabetização Infantil – os
                             Novos Caminhos.


                            É oportuno registrar, em pleno século XXI e na era das comunicações que até
                          a data da publicação desta edição esses documentos não causaram qualquer rea-
                          ção ou resposta. O Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação,
                          o CONSED, UNDIME, Conselho de Reitores, Banco Mundial, BID, UNESCO
                          e UNICEF, os editores de livros, a Agencia Nacional de Defesa da Infância
                          (ANDI), as ONGs envolvidas com as questões da infância, as editorias dos prin-
                          cipais veículos de comunicação brasileira, convidados a opinar e a divulgar esses
                          documentos, especialmente o último deles, ainda não se manifestaram. Esse
                          silêncio fornece uma medida da dificuldade que o Brasil enfrenta para lidar, de
                          forma objetiva e científica, com as questões da alfabetização.
                           Cabe ao leitor avaliar se as informações, conceitos e práticas contidas no presente
                        ABC e nas publicações supra­citadas correspondem ao que se sabe de mais atualizado
                        sobre o tema da alfabetização. Cabe às autoridades, pesquisadores e universidades
                        brasileiras permanecer ou não no atraso e no silêncio. Cabe à sociedade julgá-los e
                        res ponsabiliza-los por seus erros de comissão e omissão. Cabe aos analistas e historia-
                        dores julgar as condições em que se dá o processo de mudança e atualização de uma
                        comunidade científica e profissional, e avaliar suas implicações acadêmicas, políticas
                        e éticas. E cabe ao autor esperar que, a partir da próxima edição deste ABC, as uni-
                        versidades e autoridades brasileiras já tenham despertado para sua responsabilidade.




                                                                          Rio de Janeiro, janeiro de 2004
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