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Velocidade. Para compreender um texto, é necessário ler com certa
                             velocidade, que pode ser medida em número de palavras por minuto
                             – ppm. Uma leitura lenta compromete a compreensão do texto.
                             Um  aluno  recém-alfabetizado,  que  lê  decodificando  ou  silabando,
                             consegue ler cerca de 60 a 80 ppm. Ao longo dos primeiros anos do
                             Ensino Fundamental, a velocidade de leitura deve aumentar e atingir
                             pelo menos 130 ppm no 5º ano.


                             Precisão. Ler com precisão é ler sem errar ou errar pouco. Erro de
                             leitura atrapalha a velocidade, pois o leitor tem que parar, voltar e repetir.
                             São erros de leitura: silabar, gaguejar, trocar palavras, saltar palavras.
                             Algumas palavras complexas e raras (ex: anterolaterosupraespinhal,
                             otorrinolaringologista) são sempre lidas mais devagar, quase silabando,
                             isso não é erro. O leitor que comete mais de 5% de erros (5 erros
                             a cada 100 palavras) numa leitura compromete sua capacidade de
                             compreensão. Se o aluno lê depressa, mas erra muito, sua leitura fica
                             prejudicada.


                             Prosódia. Prosódia é um indicador qualitativo, refere-se à entonação,
                             cadência e ritmo da leitura. A prosódia é um indicador claro de que
                             a pessoa está entendendo o que lê ou domina a estrutura sintática
                             de sua língua (um bom leitor pode ler um livro sobre algo que não
                             conhece para outra pessoa e ela irá entender, ainda que o leitor não
                             entenda; sua prosódia vai ajudar seu ouvinte a compreender o texto).
                             Professores experientes observam que estudantes universitários leem
                             os próprios textos de forma diferente do que leem os textos de outros
                             escritores. Nesse último caso, a forma de ler reflete que o leitor está
                             buscando a compreensão, ao passo que, ao lerem seus próprios
                             textos, os alunos demonstram maior ênfase em expressar a “voz”, o
                             sentimento do autor. A boa leitura – e especialmente a leitura em voz
                             alta - deveria sempre exprimir essa voz, as características sonoras da
                             linguagem. No 5º ano, o aluno já deve ter uma prosódia que lhe permita
                             ler diferentes tipos de texto para diferentes audiências, na sala de aula
                             e em ambientes públicos.




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